Amor de carnaval.

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          Carnaval combina com amor? Há quem diga que não, já que o índice de corações partidos, aumentam durante esse feriado. Para amenizar esses corações aflitos que ficam soltos por aí, podemos denominar esse relacionamento como "amor de verão", ou mais adequado ao momento, "amor de carnaval". Amor de verão, geralmente, me lembra sempre aqueles filmes românticos, com todas aquelas complicações no início, mas, com finais previsíveis felizes e com juramentos de amor eterno. Já o amor de carnaval, não existe um cronograma de acontecimentos, não temos como delegar um começo, meio e final. Muito menos, conseguimos entender através da lógica, os próximos capítulos. As coisas vão acontecendo, devido aquele "empurra empurra" da muvuca. Todo ano é a mesma coisa, as pessoas argumentam os mesmos discursos. Não querem encontrar um antigo amor, mas, não querem se comprometer a novos relacionamentos. Dizem também, que já estão velhas para as folias e que querem sair dessa bagunça toda. E claro, não podemos esquecer da frase mais clichê: Ninguém é de ninguém. No carnaval, um dos sentimentos mais explorados é a atração. É praticamente instantâneo, quando dois olhares se cruzem em meio milhares de pessoas e permanecem se olhando por pelo menos três segundos, facilmente se forma um par. São sempre amores com cheiro de água do mar, gosto de sal e muita pimenta. Se um amor de carnaval sobe trio elétrico ou não, é o que menos importa. Mesmo que ele morra na agitação, um amor de carnaval pode proporcionar infinitas experiências. Amor de carnaval combina com pouca roupa colorida, cabelo bagunçado e muita música animada. Um amor de carnaval, precisa ser leve e solto. Do tipo de flui naturalmente, como todos os foliões acompanhando o seu bloco preferido. Pode ser ardente, mas se machucar, vai doer bem menos do que estamos acostumados. Porque no carnaval, estamos menos dispostos a nos deprimirmos por alguém que não vale nem ao menos um gole de cerveja. Um amor de carnaval, pode ser capaz de curar corações partidos, ou parti-los de vez. Mas de qualquer forma, levanta a auto estima de qualquer um. É como se esse envolvimento repentino libertasse todas regras. Um amor de carnaval é como lavar o corpo e a alma com novas oportunidades. Os beijos quentes, o arrepio na pele, aquele gosto de aventura sem restrições, tudo acaba conspirando para a intensidade de cada momento. É o "final feliz", que pode durar apenas alguns dias, e ainda vai ser inesquecível. Sendo uma experiência, boa ou ruim, será lembrado ano após ano. Mas, tem um problema nessa bagunça toda, se viver essa história todos os anos, vai causar cada vez mais um certo desgaste interno. Afinal, não se procura princesas e príncipes, onde só se encontram pessoas com máscaras e fantasias. Importante mesmo, é ter a consciência, de que além do amor de verão e do amor de carnaval, também existe o amor de festas, que é bastante parecido com esses outros. Porém, tem ainda mais riscos, porque pode acontecer mais de uma vez durante o ano. Pode até parecer divertido se fantasiar de sapo e querer encontrar a princesa, e nessa busca infinita, sair por aí partindo corações alheios. É como um vício, um ciclo que não se acaba. Por isso é importante a consciência de amor e respeito ao próximo. E o pior disso tudo, é a ressaca moral de que o carnaval acaba, mas as atitudes permanecem. Só que dessa vez, sem máscaras.

Doce entrega.

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        Estamos acostumados a escutar palavras vazias, que acabam sendo esquecidas em pouco tempo. Quando as palavras são profundas, como diz a minha vó, "quando a esmola é demais, até o Santo desconfia". O que nos torna difícil, acreditar em promessas, porque as promessas acabam sendo apenas palavras que exigem de nós, o mínimo possível de confiança. Se as palavras são fracas, as atitudes, de certa forma, não existem. É mais difícil ainda, enxergarmos as coisas de outra forma, acreditando que dessa vez vai ser diferente, quando de imediato, lembramos de todas aquelas vezes que colocamos esperança e positivismo, mas acabou sendo exatamente tudo como antes. É como persistir no erro, mas ainda assim, ter esperança do novo. Mais aterrorizante e deprimente do que chorarmos por alguém, é anteciparmos a tristeza de um belo sorriso. É olharmos esse sorriso contagiante e no mesmo momento, imaginarmos que esse mesmo sorriso vai nos causar alguma dor mais para frente. Não estou tentando transformar uma situação positiva, como negativa, estou apenas sendo realista. É um pouco além disso, é como se ativasse automaticamente um botão no meu cérebro, me dizendo que todas as coisas boas, podem instantaneamente, se tornarem ruins, na mesma proporção de intensidade. Sair da nossa zona de conforto, sempre se torna perigoso. Mas, mesmo com tantos cuidados e proteções, mais cedo ou mais tarde, essa zona de conforto é invadida por um dos nossos piores pesadelos. E a situação de insegurança, novamente se repete. Fiquemos entre a linha tênue do paraíso e o inferno, da razão e emoção, de arriscar e recuar, do sentimento e esquecimento, de se entregar de vez ou fugir disso tudo enquanto temos tempo. Todas as vezes que a vida me derrubou, eu me levantei sozinha, por isso, eu não deixo de arriscar. E todo esse medo, essa assombração que insiste em nos aterrorizar, não me assusta mais. Eu aguento firme, sou forte e não preciso me apoiar ou depender de alguém. Por melhor que seja a companhia ou a pessoa, e independente do quanto me faça bem, a vida me ensinou que mesmo quando eu estiver sem alguém, eu terei a mim e isso vai me bastar nos momentos de solidão. E que não adianta eu me trancar em quatro paredes, soluçar escondida no banheiro, fazer greve de fome ou sair por aí, com o cabelo todo desarrumado. O segredo disso tudo é se entregar, e saber que mesmo com os riscos inevitáveis, cada vivencia se tornará uma experiência. Se guardar e se restringir aos sentimentos, é como tornar a vida sem sal e sem açúcar. Se entregar ao amor, não é se render. Se entregar ao amor, é apostar na própria felicidade, é alimentar o amor próprio. É preencher os pedacinhos machucados do coração, com esperanças e positivismo. E principalmente, é aprendermos que na mesma proporção que devemos nos entregar, quando necessário, também devemos saber perder.

Não deixe o tempo passar.

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          Uma coisa contestável ao nosso redor, sem dúvidas, é a nossa percepção do mundo. Não estou me referindo apenas sobre a nossa sensibilidade ou com a identificação que acaba acontecendo naturalmente em nossas rotinas, mas sim, sobre conseguirmos estabelecer essas vivencias todas e ainda por cima, usufruir ao máximo as oportunidades, que nos pegam de surpresa ao longo desse caminho perdido. Quando crianças, andamos por aí com os olhos esbugalhados, com uma consciência cheia de dúvidas e curiosidades, andamos com um caráter indefinido e com uma expressão inocente, aguardando respostas das quais, talvez, nunca encontraremos. Quando crianças, temos um brilho mágico no olhar, temos pensamentos indefesos e ingênuos. Sem muitas ambições e sem buscarmos a perfeição, conseguimos caminhar em um destino não planejado, na espera no inesperado. Modificando e dando forma ao destino da humanidade. Quando crescemos, percebemos que somos obrigados a caminhar por muitas vezes, em um caminho de solidão. Onde essa solidão reside em nossos peitos, a frustração em nossos subconscientes, seguidos da morte. Não existem cobranças e nem um relógio definindo como devemos seguir nossas vidas, também não existe um cronograma para organizarmos nossos pensamentos. Muito menos, existe um freio para segurar nossas expectativas. Expectativas essas, que construímos desde que bombardeávamos nossos pais de perguntas, até que crescemos, e essas expectativas, se tornam grandes desilusões. Vem à tona, aquela história de "não deixarmos para amanhã, o que podemos fazer hoje", essa frase pode fazer total sentido, quando conseguimos aproveitar e dar valor ao máximo, no que conseguimos manter por perto. A vida é exatamente isso, não temos como obrigar ou segurar momentos e pessoas com nós. Os momentos se repetem se o acaso contribuir, e as pessoas ficam se realmente quiserem. Não temos um controle do que entra e sai das nossas vidas, é como uma caixinha de surpresas. Talvez, a prioridade e o sentido de hoje, pode não ser o mesmo de amanhã. Talvez, essa intensidade dos fatos, se acabe ao ser deixada para depois. A realidade, é que necessariamente, precisamos sair das nossas zonas de conforto, para nos depararmos com a força dos fatos. Percebermos, então, que o tempo não foi legal diante das nossas promessas, planos e objetivos. E que mesmo com todo esforço de uma vida inteira, não conseguiremos vivenciar todas as nossas expectativas, porque não sobreviveremos o tempo suficiente, para deixarmos de sonhar.

Justificando os meios.

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          Confesso, que eu nunca fui boa com começos, quem dirá com finais. Estou percebendo que muito provavelmente,  eu me encaixe melhor nos meios, isso não quer dizer que eu seja feita de metades. Mas sim, estou tentando estabelecer um intermédio, entre o começo e o final. Os finais são sempre iguais: Alguém me deixa uma marca, e eu deixo a minha marca em alguém, talvez, não muito profunda como a marca que eu fiquei, não sou muito boa nisso. Essa marca que deixaram em mim, permanece, ao contrário da marca que eu cometi, que some quase que no mesmo instante. Junto com a marca, tem a saudade, as lembranças e muitas vezes, tem também a dor e a falta. É como um pacote, que sempre está incluso em qualquer final, tornando ele ruim, independente das coisas boas que aconteceram. É sempre difícil de aceitar, de digerir que tudo acabou. Sempre me importei demais, o que torna a situação ainda mais complexa e dolorida. Como tudo na vida tem o lado bom, tem sempre os começos. Todo aquele novo ciclo, que está repleto de medos e inseguranças. Medo de algo não dar certo ou não sair como as nossas expectativas, de nos machucar, de dor, de nos fazer mal. Embora eu sempre esteja pronta para recomeçar, na maioria das vezes, me falta a coragem para prosseguir. Para dar o segundo passo, esquecendo completamente do passado. Tenho uma coleção enorme de maus começos, que eu desanimo tentar um novo. Na verdade, a realidade por si só, já desanima. As pessoas desanimam, ou melhor, já dizia o Chorão: "Vivemos tempos de loucos amores, só é feliz quem sabe o que quer". Pessoas sem corações, frias e que simplesmente, não se importam. Não entendo como funciona, mas é como se essas pessoas se multiplicassem a cada dia. Tenho um receio imenso, de não sobrar corações suficientes para salvar aquilo que chamamos de humanidade. As pessoas não cansam de ser assim, egoístas. E quem ainda possui um coração quente, em meio esse mar de gente cheio de icebergs, se tornam como eu: Em um constante processo de digestão dos finais, sempre com receio dos começos. Buscando sempre um equilíbrio, entre o café e o sorvete.

Mistérios do olhar.

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          Costumam dizer por aí, que os olhos são os espelhos das nossas almas. Existem infinitos modelos de olhos e intensidades de olhares. No caso das pessoas românticas, acontece uma certa alteração da coloração dos olhos, definidos dependendo de cada situação que elas estejam vivenciando no momento. Os olhos azuis, são comparados com o oceano e com o colorido do céu.  Os olhos verdes, podem ser comparados com as florestas e com o verde das montanhas. Os olhos castanhos, podemos comparar com um pôr do sol, em uma tarde inesquecível. Já os olhos pretos, são definidos, como uma linda pérola negra e às vezes, com o brilho de uma estrela. Através do olhar, podemos perceber o que a pessoa sente, o que ela quer nos dizer e o que ela está pensando. O olhar pode dizer muita coisa, até mesmo revelar um segredo. O olhar pode ser triste, melancólico e até sem brilho. Às vezes, pode expressar um sofrimento, uma dor e até mesmo um cansaço rotineiro. O olhar também pode expressar felicidade, ansiedade, medo ou uma simples curiosidade. O brilho nos olhos é contagiante, quando compartilhado espontaneamente com outra pessoa. Não posso deixar de citar, o olhar de ódio e rancor, que não leva a lugar algum. Muito menos o olho gordo ou da inveja. O olhar de desejo e sedução, possuem uma característica única. Uma vez que você cruze seu olhar com ele, você simplesmente está em presa, como se fosse uma armadilha sem fuga. Existem diferentes e infinitos tipos de olhares, o mais importante, na minha opinião, é o olhar com amor. O olhar que transmite ternura, carinho e paixão. Para as pessoas apaixonadas, os olhos se tornam a janela da esperança. Eles conseguem ver uma imensidão de perspectivas, onde ninguém mais consegue enxergar. Através de um olhar doce, um coração consegue se expressar sobre qualquer tipo de amor. Podemos, então, comparar o brilho dos olhos com o brilho das estrelas, é como um privilégio que todos nós temos, de estampar um sorriso, com a maneira que olhamos para o lado. A magia de um olhar, pode nos fazer perceber, quase que no mesmo instante, que estamos presos em uma cilada, sem chance de escaparmos. É como se o mundo inteiro fosse preto e branco, e com um piscar de olhos, se tornasse alegremente colorido. Não precisamos nos importar em definir o nosso tipo de olhar, ou saber qual o olhar que nos atrai. Mais importante do que isso, é sabermos quem é a pessoa responsável pelo olhar, pois, atrás de qualquer olhar, existirá sempre um turbilhão de sensações e sentimentos. Quando duas rotas diferentes cruzam inesperadamente um olhar, nasce imediatamente um desejo mútuo. Isso pode ser considerado, o começo de uma grande paixão. Quando sentir essa inexplicável atração, não pense duas vezes, e se deixe levar por esse olhar. Vá até onde ele quiser te carregar, e vai sem medo. Deixe esse olhar te ganhar, deixe esse olhar te seduzir, não tenha receios, muito menos, coloque empecilhos. E o amor, é exatamente isso. Você olhar nos olhos de alguém, e encontrar tudo o que precisa. Por isso, não se esqueça nunca: Quando alguém sorrir para você com os olhos, se encante intensamente. 

Toda forma de amor.

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          Amor sem limites, amor de verdade, amor doação, amor entrega. O amor não aceita preconceitos. É o único sentimento, que não precisamos de motivos ou razões, não existe uma explicação quando começamos sentir as famosas "borboletas no estômago". Também não existe um controle de entrada ou saída, elas entram sem pedir licença e às vezes, saem quando já fazem parte do nosso interior. O amor é isso, um sentimento livre que nos invade, nos faz tremer por dentro e nos causa um calafrio, quase que incontrolável. Não tem jeito, o amor chega sem pedir e por muitas vezes, vem para ficar. E se esparrama, como se ele tivesse obrigação de tomar conta do nosso corpo e de todos os nossos sentidos. É como se fosse um mecanismo, que acontece com qualquer pessoa, em qualquer lugar ou momento. Independente da orientação sexual, de alguma deficiência física ou psicológica, cor, idade, raça, etnia ou classe social. Sei que a lista de preconceitos é imensa, mas estou focando em relacionamentos. O amor acontece e não temos como escolher, pouco importa a vontade alheia. Afirmo com todas as letras: Não existe qualquer tipo de religião ou regras jurídicas, quando o assunto é o amor. Democracia e liberdade de expressão existem, para fazermos valer nossas opiniões. Mas, respeitar o ser humano, é o mínimo, mesmo que ainda falte informações em algumas cabeças ocas. Saber se expor é fundamental, desde que não haja insultos ou ofensas. Não existe a classificação de "normal", "diferente" ou "especial". O que existe, são pessoas livres de qualquer hipocrisia social. Pessoas que se gostam, querem estar juntas e fazem por merecer para que isso aconteça.  Acho clichê demais dizer que toda forma de amor é válida, mas, vale salientar, que toda forma de amor merece respeito. E que todas as pessoas que se gostam, devem ser felizes juntas. Para pensarmos no quanto é importante a igualdade, é só imaginarmos estar em público, ao lado da pessoa que amamos, mas ao mesmo tempo, encontrar um abismo enorme de distância por causa da discriminação. Conseguiu imaginar? É, difícil mesmo, deve ser para aquelas pessoas que necessitam conviver com o preconceito, sofrendo insultos, todos os dias. Isso sim é doloroso. Discriminar pessoas porque não correspondem ao seu ideal, é no mínimo, falta de amor com o próximo. Amor é sempre amor. E quando ele é visto de outra forma, confirmamos que somos todos iguais. Feitos de carne, sangue, osso e coração. O mundo vai se tornar melhor, quando as pessoas perceberem que, o que torna uma pessoa melhor não é o gênero, mas sim, o seu caráter e as suas atitudes. Todos nós temos pensamentos distintos e é exatamente isso, que enriquece nossas vidas. Vamos nos tornando pessoas melhores e mais informadas, na medida em que nos esforçamos para compreender os outros. Talvez, um dia, alguém que amamos precise dessa nossa compreensão. Talvez, a maior lição para aprendermos, seja a de que, somos todos iguais. E quando mais cedo aprendermos a amar e respeitar o próximo, mais fácil a vida se tornará para todos nós. Mas, é no amor, que encontramos a força para arrancar qualquer preconceito. E construir um mundo novo, onde o amor seja maior do que qualquer regra imposta por uma sociedade que já desbravou os cinco oceanos e até pisou na lua, mas que ainda, infelizmente, não aprendeu a amar e respeitar o próximo. Para amar, só precisamos do coração.

Juntando os pedaços.

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          Não sei ao certo, se cada um de nós temos um destino separadamente ou se estamos todos juntos, mesmo inconsciente, em nome do amor. Ou também, se apenas flutuamos sem rumo, como uma leve brisa solta por aí. Talvez, sejam ambas as coisas, pode ser que tudo isso aconteça ao mesmo tempo. Tenho jogado com a minha maior força, com o máximo de empenho, respeitando as linhas do vento. Ando vagamente, sempre buscando você. Pensando racionalmente, na leveza do meu corpo e no peso do meu coração, não sei se é possível preencher um espaço vazio, com aquilo que eu já perdi. Acho que quando perdemos alguns pedaços internos, se eles voltarem, talvez não caibam mais onde pertenciam. É como se, com a ausência desses pedacinhos, o meu corpo substituísse com um pedaço de carne. Mais ou menos assim, sai emoção, entra razão. Esses pedaços que eram fundamentais aqui dentro, se perderam e por isso, não faz mais sentido voltar. Nada mais vai se preencher como antes, o lugar foi reposto e não existe mais o seu encaixe perfeito. Um pedaço restaurado e encaixado mais de uma vez no mesmo local, poderá causar novas sensações. Sendo elas melhores ou piores, jamais serão iguais como antes. Novamente aqui, falando da sua falta, acabei de perceber que, se de alguma forma você voltasse, nada mais adiantaria. Porque você não conseguiria preencher o imenso buraco, que a sua ausência causou.  Lá no fundo, bem no fundo mesmo, nós sabemos quando o fim está próximo, mesmo antes dele chegar. Assim como também, o desapego sempre deixa sinais. Nós já sabemos quando perdemos, mas a realidade, é que por mais que tentamos nos adaptar com a verdade, nunca estamos prontos para dizer adeus. É inevitável, um dia sem mais e nem menos, acordamos e percebemos que não adianta mais olharmos para trás, chegou a hora de seguirmos em frente. Não percebemos que na maior parte do tempo, o amor é uma questão de escolhas. É uma questão de deixar o vento nos levar, sabendo para onde estamos indo. Podemos desperdiçar nossas vidas tentando remendar pedacinhos que não fazem mais parte de nós, mas que queríamos que juntassem como antes. Não perca seu tempo, dificilmente você vai conseguir montar duas vezes o mesmo quebra cabeças. Não pregue peças no seu destino, não conte apenas com a sua própria sorte. O que não vier para nos trazer leveza, que volte de onde veio. Esteja leve para receber da forte ventania que se aproxima, a peça que falta na sua vida. E aí, você vai perceber que é perca de tempo tentar moldar uma peça, enquanto no tempo certo, o vento vai fazer justiça ao seu esforço de restauradora. E quando o vento te trouxer recompensa, você vai entender o porque tantos pedacinhos partiram e tantos outros não se encaixaram. Agora tudo faz sentido: De uma forma ou de outra, tudo está completo. Você aprendeu a voar.

Navegando sem você.

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          Já faz algum tempo, estou me sentindo como um navio. Fico aqui no silêncio dessa calmaria, quando na verdade, dentro de mim existe um tsunami em grande força da natureza. Estou perdida em alto mar, e mesmo assim, continuo seguindo em frente como se eu soubesse o caminho para onde tenho que desembarcar. Eu não tenho medo do mar em fúria, pior do que isso, são as ondas dos meus pensamentos positivos, que tendem a me dominar. A melhor sensação, é soltar a âncora, esperando você ir me encontrar. Eu não tenho medo de me perder, afinal, mesmo confiante do caminho a ser percorrido, com você ao meu lado, eu me sentiria segura. E então, surpreendentemente, você me encontra, corta a corrente e lá vamos nós, sem destino, sem mapas. Você não me conta que tem um barco, muito menos um plano de fuga, e assim como no meu sonho, você se vai. Leva com você, o pouco de controle que eu tinha até te abraçar. Estou sem chão, minha estabilidade se perdeu no mar e você, como sempre, nem ao menos se despediu. No mesmo instante que você me encontrou, você me desmontou por inteira. Meu coração se sente culpado por você ter ido, mas eu continuo em frente. Nada calmo como antes, agora existe um tumulto em mim. De vez em quando, eu ainda te vejo entre um pôr do sol e uma noite estrelada, alguma coisa de você não foi embora. Em perigo, quando chamo seu nome, lembro que não te mandei embora, foi você quem quis partir. A mesma âncora que me fez te esperar, é a mesma que no fundo do mar, já não me faz parar por você. Tudo chegou ao fim, você me jogou pelo vento e eu fui embora com ele. Admiro a sua força. Desde que você se foi, torço para que sinta a minha falta. Mas, sinceramente, acho mais fácil torcer para a guarda costeira me encontrar, nessa fronteira que não está localizada no mapa. Eu queria muito dizer que está tudo bem, mandar um foda-se bem gostoso com o sinalizador e ainda por cima, afirmar que no final, eu vou morrer mesmo. Mas é difícil. Me desculpe se sozinha, eu não sei comandar o meu próprio navio. Estou precisando de um novo, você deixou o nosso naufragar. Já recebi muitas instruções de como esquecer um amor, como por exemplo, colocar no último volume uma música agitada. Escuto o conselho, coloco meus fones de ouvido e mesmo escutando Lady Gaga, ainda consigo lembrar de você. Navegando milhas e milhas, dessa vez sem rumo e sem esperanças, sigo mar a dentro lembrando do nosso "bad romance". 


Esqueci de esquecer.

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          Em meio a tantas dúvidas, encontrei a certeza de que nada é exato ao tentar esquecer de alguém. Para recuperar o seu coração não existe um tempo certo, tudo depende de quais "fontes de esquecimento" você vai usar. Pesquisando sobre isso, descobri que existem estudos que comprovam que nossos pensamentos poderão ficar ligados em uma "pessoa especial" por até dois anos, isso dependendo da intensidade do relacionamento. Não que o sentimento seja uma ciência, porque ele é mais completo que uma aula de física.  Mas, pensando por esse lado, a verdade é que podemos levar dias, meses ou até anos. Em certos casos, nem mesmo uma vida inteira, vai ser suficiente para esquecer. Nem sempre esquecer, significa não sentir mais nada. Esquecer pode ser considerado um termo equivocado, representa uma ação do coração, não uma atitude do cérebro. Esquecer pode ser considerado deixar de amar, não não necessariamente, apagar completamente da memória. É impossível apagar totalmente da cabeça, quem nos provocou sorrisos, pelo menos por um determinado tempo. Contrariando toda a lógica da física, posso afirmar, que existem pessoas que nasceram para mexer com nós. E não importa o que elas fazem, ou o que elas são. Basta respirarem, que já nos causa um terremoto interno. É como um apego inexplicável, onde ficamos curiosos em descobrir de onde vem aquele frio no estômago. O tempo passa, nos envolver é quase que inevitável, podemos até amar, mas esquecer é a parte mais complexa. Tudo depende, da fase que estamos passando. Às vezes, não significa que queremos aquela pessoa de volta. Conseguimos fazer a separação de um ciclo que foi encerrado com a história que acabou, mesmo que a história não teve um final. Não devemos ignorar nossas próprias trajetórias, o passado, um dia foi o presente. Nostalgia não significa amar de novo, também não demonstra nenhum tipo de recaída ou fraqueza. São fatores necessários, para a nossa evolução sentimental. Não temos como seguir em frente, apagando todos os antigos passos. Mas, ainda assim, temos que lembrar, que abandonar o passado, não significa esquecer. Para esquecer alguém, não precisamos apagar sua existência. Até porque, o amor não se esquece, se supera.